sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Zika, chikungunya e dengue: entenda as diferenças

A microcefalia é uma anomalia congênita, que se manifesta antes do nascimento e pode ser resultado de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação. Em coletiva de imprensa realizada em (17/11), o Ministério da Saúde (MS) informou que uma das possibilidades que está sendo considerada por alguns especialistas seria a transmissão vertical do vírus zika - diagnósticos laboratoriais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) que constataram a presença do genoma do vírus zika em amostras relativas a duas gestantes do estado da Paraíba. Ou seja, a malformação poderia estar relacionada à infecção pelo vírus zika em gestantes nos primeiros meses de gestação.

O vírus zika muitas vezes é confundido com dengue e chikungunya. No Brasil, desde abril de 2015 temos a presença desses três vírus. Mas ainda há a necessidade de se ampliar a divulgação sobre os sintomas e, principalmente, as diferenças entre essas três infecções. 


Mapa de presença dos vírus. Fonte: Centers for Disease Control and Prevention (CDC)


Dengue, chikungunya e zika são transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti. E, embora zika, chikungunya e dengue apresentem sinais clinicamente parecidos, como febre, dores de cabeça, dores nas articulações, enjoo e exantema (rash cutâneo ou machas vermelhas pelo corpo), há alguns sintomas marcantes que as diferem. A principal manifestação clínica de chikungunya, por exemplo, são as fortes dores nas articulações, a artralgia. Essa artralgia pode se manifestar em todas as articulações, mas, em especial, nas dos pés e das mãos, como dedos, tornozelos e pulsos. Na chikungunya, essas dores são decorrentes de um processo inflamatório nas articulações e podem ser acompanhadas de edemas e rigidez.

Também é possível haver esse tipo de dores na dengue e no zika, mas a diferença está, segundo especialistas, na intensidade da dor. Enquanto o paciente com dengue ou zika pode apresentar dores de leves a moderadas, o paciente infectado com chikungunya apresenta dores de nível elevado, tendo como consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida. Na fase subaguda ou crônica da doença, as dores podem persistir por meses ou até mesmo anos, particularmente em pacientes mais velhos. Segundo dados do Instituto Pasteur, um estudo sobre os casos ocorridos na África do Sul relatou que pacientes ainda sofriam de dores intensas nas articulações de 3 a 5 anos após a infecção aguda de chikungunya.



Com relação à febre, dengue e chikungunya são marcadas pela febre alta, geralmente acima de 39°C e de início imediato. Já os pacientes de zika apresentam febre baixa ou, muitas vezes, nem apresentam febre. Os sintomas relacionados ao vírus zika costumam se manifestar de maneira branda e o paciente pode, inclusive, estar infectado e não apresentar qualquer sintoma. Mas uma manifestação clínica que pode aparecer logo nas primeiras 24 horas e é considerada uma marca da doença é o rash cutâneo e o prurido, ou seja, manchas vermelhas na pele que provocam intensa coceira. Há, inclusive, relatos de pacientes que têm dificuldade para dormir por conta da intensidade dessas coceiras.

Outro sintoma que pode servir nos diagnósticos clínicos dessas doenças é a vermelhidão nos olhos. Enquanto a dengue provoca dores nos olhos, o paciente infectado com zika ou chikungunya pode apresentar olhos vermelhos, com uma conjuntivite sem secreção.

Dentre as três doenças, dengue tem sido considerada a mais perigosa pelo número de mortes. Segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em outubro deste ano, já são 693 mortes por dengue confirmadas apenas em 2015. Mortes relacionadas à chikungunya são muito raras e ocorrem por complicações em pacientes com doenças pré-existentes. E, embora ainda não se tenha relato de morte relacionada à infecção por zika, esse vírus é o único dentre os três que tem sido associado a complicações neurológicas, conforme relatado durante epidemias simultâneas de zika e dengue na Polinésia Francesa.

O diagnóstico clínico feito pelo médico ou profissional de saúde é essencial, uma vez que é o método mais rápido e o paciente já pode iniciar o tratamento mais adequado. No entanto, de acordo com as falas de pesquisadores durante o seminário Vigilância em Saúde das Doenças Virais Chikungunya, Zika e Dengue: desafios para o controle e a atenção à saúde, realizado na Fiocruz nos dias 3 e 4/11, os profissionais de saúde ainda necessitam de capacitação no manejo clínico dessas doenças, uma vez que chikungunya entrou no Brasil apenas em 2014 e zika em 2015.

A confirmação do diagnóstico clínico pode ser feita por meio de exames laboratoriais. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e o Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) têm laboratórios de referência para a detecção dos vírus da dengue, zika e chikungunya. A Fiocruz Paraná também está trabalhando no desenvolvimento de um kit para diagnóstico rápido de infecção por chikungunya.

Para investigar os casos de microcefalia que têm sido notificados no Brasil, o MS está realizando exames clínicos, de imagens e laboratoriais com mães e bebês, além de entrevistas e investigação do histórico do pré-natal e obstétrico. Ainda não há vacina para nenhuma das três doenças. A prevenção para dengue, zika e chikungunya é o combate ao mosquito Aedes aegypti e o uso de repelentes. Como a cocirculação dos três vírus nas Américas é recente, ainda são necessários muitos estudos, especialmente com relação à coinfecção e o efeito da infecção sequencial desses diferentes vírus.

Entenda mais sobre cada uma dessas doenças no Glossário de Doenças:
Dengue
Chikungunya
Zika

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Novembro azul: diabetes, democracia e participação social

14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes, data oficialmente reconhecida pelo Ministério da Saúde no Brasil (1). Durante o mês inteiro (chamado de Novembro Azul em razão da cor símbolo da campanha), associações de pacientes, militantes e entidades médicas promovem ações de conscientização sobre os riscos do diabetes mal tratado ou diagnosticado tardiamente (nos casos de tipo 2).

Apesar do Novembro Azul existir desde 1991 (2), e desde 2006 ser reconhecida a data pelas Nacões Unidas através da Resolução nº 61/225 (3), até 2012 eu não conhecia essas ações, em razão do ainda precário compartilhamento de conteúdos e eventos em redes sociais, e também por não ter me descoberto até então como ciberativista, o que só aflorou após o anúncio do projeto de retorno da fabricação da insulina NPH pelo Brasil (4).

Quando tomei conhecimento do Novembro Azul em 2013, chamou minha atenção o enorme envolvimento na campanha de empresas farmacêuticas e de indústrias de alimentos, que comercializam produtos para pessoas com diabetes. Me parecia que, tratando-se de uma questão de saúde pública - já que o diabetes atinge 14 milhões de pessoas no Brasil (considerando apenas os portadores da doença, que na verdade afeta toda a família da pessoa), ou 7,4% da população brasileira (5), o principal envolvido nas ações de conscientização deveria ser o Poder Público.

Pensando nisso, e verificando que o Ministério da Saúde não tinha qualquer ação programada para o Novembro Azul, eu e o grupo Blogueiros de Diabetes promovemos a ação "Na ponta do dedo, o sangue pelo Brasil" (6), um tuitaço para que o então Ministro da Saúde Alexandre Padilha, se colocando no lugar de cada pessoa com diabetes, fizesse o teste de glicemia no Dia Mundial do Diabetes. E nosso pedido foi atendido por Padilha! 


De 2013 para cá, meu entendimento sobre a relação do Poder Público com as ações do Novembro Azul, no que se refere ao envolvimento dos gestores do SUS com a educação e prevenção da doença como atores principais dessas ações, sofreu algumas alterações.

Embora não haja nenhuma ação específica do SUS para o Novembro Azul, durante todos os meses do ano o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de saúde promovem ações voltadas ao tratamento e prevenção do diabetes. Estes são apenas alguns exemplos:
- o programa de assistência farmacêutica do SUS, embora tenha problemas com o fornecimento errático de insumos e medicamentos, atende 8.692.853 pessoas com diabetes pela farmácia popular, segundo dados do Conselho Nacional de Saúde (7);

- orientações sobre alimentação equilibrada como forma de promoção da saúde, um dos fatores de prevenção do diabetes tipo 2, são encontradas no guia alimentar para a população brasileira do Ministério da Saúde (8); 
- orientações para profissionais que cuidam de pessoas com diabetes são encontradas em materiais específicos, destinados aos trabalhadores da saúde, como o caderno nº 36 da atenção básica (9);

- exercícios físicos, que contribuem tanto para o bom controle da glicemia de quem já tem diabetes como para prevenir o aparecimento da doença, podem ser realizados em aparelhos de ginástica disponíveis em várias praças na cidade de São Paulo, que tem ainda 3 parques com academias gratuitas a céu aberto (10);

- o apoio na promoção do autocuidado, que tem importante papel na melhoria da qualidade de vida da pessoa com diabetes, pode ser aperfeiçoado através de 3 cursos disponíveis gratuitamente na Comunidade de Práticas do Ministério da Saúde (11).


Percebi também que, a partir da ideia de que vivemos num Estado Democrático de Direitos, onde o poder emana do povo, que não o exerce apenas através de representantes eleitos, mas também diretamente (artigo 1º, § único, da Constituição Federal), o principal ator do Novembro Azul não é o Poder Público, mas a sociedade brasileira. Cabe a todos nós, cidadãos e cidadãs, buscar junto ao Estado as orientações referentes à conscientização e prevenção da doença, bem como a ampliação da assistência e dos direitos das pessoas com diabetes.

Em 2014, durante a consulta pública para a incorporação de análogos de insulina ao SUS promovida pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde - CONITEC, criei um evento no facebook através do blog Diabetes e Democracia para a coleta de depoimentos de pacientes com diabetes que se beneficiaram com o tratamento com essas insulinas. Esses depoimentos foram tuitados ao Ministério da Saúde desde então, como forma de mostrar as pessoas substituídas pelas evidências científicas nesses estudos de incorporação de medicamentos. Para mostrar que somos de carne, osso e sangue (com açúcar!).

Neste novembro azul de 2015, pensando em comemorar a data através da participação social das pessoas com diabetes no SUS, e já que a incorporação não foi aprovada (ainda) pela CONITEC, reativei a página do evento "Somos mais de um milhão de motivos para a incorporação dos análogos de insulina ao SUS" para coleta de relatos sobre os benefícios dos análogos de insulina (principalmente as ultrarrápidas aspart/novorapid, lispro/humalog e glulisina/apidra) na vida prática de cada pessoa com diabetes tipo 1, em apoio ao fornecimento desses medicamentos pelo SUS. Mais de um milhão porque apenas 8% dos casos de diabetes correspondem ao tipo 1, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes.  

O evento está neste link: https://www.facebook.com/events/729147213785889/. Convido todas as pessoas a participarem e compartilharem seu depoimento em prol da incorporação dos análogos de insulina ao SUS, seja como pessoa com diabetes, seja como pessoa que convive com alguém com diabetes, ou que simplesmente apoia nossa luta.


A campanha, que em 2014 defendia a incorporação irrestrita - de todos os análogos de insulina, para todas as pessoas com diabetes - foi adaptada para se unir à luta que a Sociedade Brasileira de Diabetes e outras associações médicas e de pacientes vem fazendo para direcionar o pedido para a faixa etária prioritária (jovens e crianças), para o tipo de diabetes que não se adapta ao tratamento tradicional (tipo 1), e para as insulinas que representam menor impacto orçamentário para o SUS, com evidências de sua eficácia na melhoria do tratamento (ultrarrápidas). Há inclusive uma petição pública na avaaz defendendo a incorporação dos análogos de insulina utrarrápida para jovens e crianças, que pode ser assinada através deste link: https://secure.avaaz.org/po/petition/Exmo_Sr_Ministro_da_Saude_do_Brasil_Professor_Doutor_Arthur_Chioro_Disponibilize_insulinas_melhores_para_criancas_e_adol/?nLDoBib

Há ainda duas iniciativas que valem ser mencionadas como possibilidades de participação social das pessoas com diabetes na produção de saúde, ambas da Rede HumanizaSUS.

Na campanha de combate à dengue (12), destinada à troca de experiências para criar um acervo de estratégias utilizadas nessa luta, a pessoa com diabetes pode relatar se passou por um tratamento bem sucedido, como conseguiu controlar a glicemia apesar dos sintomas da dengue (com vômitos e diarréias, que costumam acarretar queda e elevação bruscas da glicemia), se avisou o profissional que tomava aas (muitos pacientes usam a medicação), ou até mesmo se gostaria que alguma medida fosse implementada nos serviços públicos que passou para cuidar da saúde na ocasião. Esse é um tipo de experiência que pode ajudar tanto outras pessoas com diabetes, caso venham a ter dengue, quanto os profissionais de saúde, que podem atender um paciente com dengue e diabetes.

E na campanha da 15ª Conferência Nacional de Saúde (13), destinada ao debate de propostas para a melhoria da saúde pública de qualidade enquanto direito do povo brasileiro, as pessoas com diabetes podem relatar os problemas que tem para acessar seus direitos - aos medicamentos e insumos, aos exames laboratoriais, ao atendimento por especialista da área de endocrinologia - e propor soluções para que o SUS corresponda às necessidades diferenciadas de cada paciente. Se tiver participado de conferências regionais e/ou for participar da conferência nacional como delegado, é possível relatar se o diabetes foi abordado nos debates, se houve alguma deliberação a respeito, ou simplesmente como ocorreu essa experiência.

Todas as propostas narradas são apenas alguns exemplos de iniciativas que valorizam a participação social no SUS. Há incontáveis outras com possibilidade de favorecer as pessoas com diabetes de forma coletiva, que podem inclusive ser sugeridas para menção posterior através de comentários ao post.

Se o poder emana do povo, vamos exercê-lo, neste novembro azul e nos demais meses do ano!




Observação 1: agradeço às amigas Patrícia Silva e Mariana Oliveira pela indicação de conteúdos que me ajudaram a escrever o texto.


Observação 2: após a publicação desse texto, mais duas iniciativas de apoio público ao cuidado das pessoas com diabetes foram indicadas.

A primeira veio através do periódico do Telessaúde da UERJ, que desenvolveu um site temático dentro do projeto Telessaúde na Escola, voltado para crianças e adolescentes, e que explica de forma didática o que é diabetes, seus sintomas, tratamento e prevenção. Para ter acesso ao site, basta clicar neste link: http://www.telessaude.uerj.br/diabetes/

A segunda veio através de indicação de Mariella Silva de Oliveira Costa no facebook, a respeito da nova área no portal da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que aborda o diabetes. Para ter acesso à área da Fiocruz sobre diabetes, basta clicar nesse link: http://portal.fiocruz.br/pt-br/diabetes


Referências:

(2) Dia Internacional do Diabetes - Federação Internacional do Diabetes: http://www.idf.org/WDD15-guide/ 

(4) Texto de 2013 "Sobre carroças e diabéticos brasileiros, ou a insulina brasileiro-ucraniana", que debate o assunto: http://deboraligieri.blogspot.com.br/2013/04/sobre-carrocas-e-diabeticos-brasileiros.html 

(5) Notícia do site Portal Brasil "Número de pessoas com diabetes aumenta 40% em seis anos": http://www.brasil.gov.br/saude/2013/11/numero-de-pessoas-com-diabetes-aumenta-40-em-seis-anos 

(6) Texto base da campanha "Na ponta do dedo, o sangue pelo Brasil": http://deboraligieri.blogspot.com.br/2013/11/na-ponta-do-dedo-o-sangue-pelo-brasil.html


(9) BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36): http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab36 

(10) Academias a céu aberto unem boa forma física, saúde e natureza: http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/esportes/2861-academias-ao-ar-livre 

(11) Link para os cursos de "Autocuidado - como apoiar a pessoa com diabetes" de nível médio, superior, e para agentes de saúde: https://cursos.atencaobasica.org.br/courses

(12) Link da campanha de combate à dengue da Rede HumanizaSUS: http://www.redehumanizasus.net/taxonomy/term/16965 
(13) Link da campanha da 15ª Conferência Nacional de Saúde: http://www.redehumanizasus.net/15conferencia

ADJ Diabetes Brasil realiza campanha de detecção de diabetes no Show da Ana Carolina em São Paulo

Com o objetivo de levar orientação e educação em diabetes para a sociedade, a ADJ Diabetes Brasil promoverá campanha de detecção de diabetes no show da cantora Ana Carolina, que ocorrerá no dia 14 de novembro, no Espaço das Américas, na Rua Tagipuru, 795, Barra Funda.

Esta ação estará disponível antes do início do show AC/Trio Sucessos. Coincidentemente, dia 14 é o Dia Mundial do Diabetes. A cantora tem o diagnóstico da condição desde os 16 anos de idade.

A parceria da Ana Carolina com a ADJ foi iniciada em 2007, para promover mais atenção sobre a causa do diabetes. Em muitos shows, a equipe da ADJ esteve presente para realizar os testes de glicemia e proporcionar orientação para os expectadores.

Mais informações podem ser acessadas no www.adj.org.br


Sobre o Dia Mundial:

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em resposta ao aumento do interesse em torno do diabetes no mundo. Celebrado em 14 de novembro, é visto como a maior iniciativa mundial em torno do diabetes. A data foi escolhida devido ao nascimento do cientista canadense Frederick Bantin que, em parceria com Charles Best, foi responsável pela descoberta da insulina, em outubro de 1921. Dois anos mais tarde, Banting recebia o Prêmio Nobel de Medicina por esta descoberta e pela aplicação da insulina no tratamento das pessoas com diabetes.

O símbolo do Dia Mundial do Diabetes é um circulo azul que simboliza a união. A IDF buscou um formato simples para facilitar a reprodução e o uso para as pessoas que quisessem dar apoio à campanha. Esta data também é marcada com a iluminação em todo o mundo de monumentos e construções de destaque na mesma cor. O azul representa o céu e é a mesma cor da bandeira das Nações Unidas, que simboliza também a união entre os países. Neste dia, é estimulado o uso de roupas na cor azul, cor símbolo da campanha.



Sobre a ADJ Diabetes Brasil

Fundada em 10 de março de 1980, a ADJ Diabetes Brasil é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, legalmente registrada no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Seu objetivo é promover educação nesse campo para pessoas com diabetes, familiares, profissionais de saúde e comunidade.

Atende gratuitamente as pessoas com todos os tipos de diabetes, de qualquer faixa etária e classe socioeconômica. Oferece um trabalho integrado realizado por uma equipe multidisciplinar.

 
Informações à imprensa:
 
Jornalista: Vanessa Pirolo
Tel.: 11 20637638/ 993872603
Email: vanessapirolo@animapress.com.br

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

CAMINHÃO DE CONTROLE CHEGA A PORTO ALEGRE

A iniciativa oferece testes e orientação gratuita sobre a doença para a população da região por onde passa.


A Medtronic, em parceria com a farmacêutica Bayer e a ADJ (Associação de Diabetes Juvenil), levam para o Parque Marinha do Brasil, em Porto Alegre (Av. Borges de Medeiros, 2035 - Praia de Belas), o Caminhão de Controle, projeto que visa orientar a população sobre o Diabetes, oferecendo testes gratuitos e material educativo.

A carreta fica estacionada no espaço nos dias 13, 14 e 15 de novembro, sexta a domingo, e estará aberta ao público entre 10h e 17h. Dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes e a Medtronic intensifica seus esforços de conscientização durante o mês. Dentro do caminhão, o porto-alegrense conta com um tour educacional sobre o Diabetes com três estações diferentes: o Diabetes e seus números, o que significa ter um bom controle e opções de tratamento.

“Sabemos da necessidade de educar o paciente sobre o Diabetes, desde a identificação de sintomas até o diagnóstico, e a forma mais apropriada de tratá-lo. É perfeitamente possível que o paciente tenha uma vida normal, desde que possua as informações adequadas para conduzir seu tratamento”, explica Oscar Porto, presidente da Medtronic Brasil. “Iniciativas como o Caminhão de Controle são parte do nosso compromisso com essa necessidade, principalmente quando identificamos a dificuldade que os pacientes têm em fazer esse controle”.

O projeto tem a ambiciosa meta de testar 5 mil pessoas em quatro cidades até o fim de novembro, encaminhando os potenciais casos para os profissionais de saúde adequados. Em sua primeira parada, na cidade de São José do Rio Preto (SP), o projeto testou 643 pessoas, sendo que 45 delas estavam com níveis de glicose acima dos limites estabelecidos. Eles receberam as primeiras direções de uma equipe de profissionais da saúde e foram orientados a procurar um médico especializado. Depois de Porto Alegre (RS), o projeto segue para Curitiba/PR (20 e 21 de novembro no Boca Maldita) e volta para São Paulo, na região metropolitana (26 e 27 de novembro no SESC Itaquera).


 
Os números do Diabetes no Brasil

O Diabetes é uma doença crônica regida pelo conceito da Regra das Metades: metade da população com diabetes não sabe que tem essa condição. Dos que sabem, apenas metade recebe tratamento adequado. E do grupo com acesso a medicamento e serviço apropriado, metade não sabe controlar a doença e fica descompensado. No Brasil essa regra se confirma, segundo dados apresentados no Global Diabetes Summit, organizado pela Federação Internacional de Diabetes (FID) em abril, em Bogotá.

O País lidera a lista dos países latinos com maior população com diabetes (11,9 milhões), e é o quarto com maior número de pacientes do mundo, perdendo para a China (98,4 milhões), Índia (65,1 milhões) e Estados Unidos (24,4 milhões). Em 2035, a FID estima que o Brasil terá 19,2 milhões de diabéticos diagnosticados. Pela Regra das Metades, o número real de pessoas com diabetes no Brasil pode chegar a quase 40 milhões.


Sobre a ADJ Diabetes Brasil

Fundada em 10 de março de 1980, a ADJ Diabetes Brasil é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, legalmente registrada no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Seu objetivo é promover educação nesse campo para pessoas com diabetes, familiares, profissionais de saúde e comunidade.

Atende gratuitamente as pessoas com todos os tipos de diabetes, de qualquer faixa etária e classe socioeconômica. Oferece um trabalho integrado realizado por uma equipe multidisciplinar.


ADJ – Informações à imprensa

Animapress
Vanessa Pirolo – vanessapirolo@animapress.com.br
Tel. (11) 2063-7638 / 99387-2603

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

ADJ Diabetes Brasil promove campanha de prevenção do diabetes no Metrô Brás e na Rodoviária do Tietê em São Paulo

Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil já são cerca de 14 milhões de pessoas com diabetes e aparecem 500 novos casos por dia. Com este cenário e alinhada com a campanha “Agir Hoje para mudar o Amanhã”, da Federação Internacional de Diabetes (IDF), a ADJ Diabetes Brasil promoverá várias iniciativas em comemoração ao Dia Mundial do Diabetes, direcionadas à prevenção e estímulo ao diagnóstico precoce do diabetes tipo 2 com foco na prevenção primária, incentivo à prática de atividade física e sensibilizar novas audiências.

A ADJ fará campanha com realização de testes de glicemia e orientação em diabetes nos dias 12 e 13 de novembro, entre 9h e 18h, e quem passar pela estação da Brás do metrô, em São Paulo, poderá medir gratuitamente a glicemia e receber orientação em diabetes, seus riscos e prevenção.

Na sexta-feira (13), novamente em São Paulo, haverá um mutirão para aferição de glicemia na Rodoviária Tietê, entre 8h e 22h.

No dia 28 de novembro, das 9h às 17h, será realizado, na sede da ADJ, um mutirão de exames de fundo de olho gratuito para quem tem diabetes. O único pré-requisito é que a pessoa tenha diabetes e tenha feito inscrição prévia pelo fone: (1) 3675-3266 Ramal 11.

As ações terão envolvimento da equipe de colaboradores da ADJ e de voluntários. O intuito é promover aumento da consciência do diabetes, para que as pessoas se atentem à causa e possam prevenir a condição como também possíveis complicações de quem ainda não foi diagnosticado ou se a condição já é pré-existente, alertar sobre os riscos de um mau controle do diabetes.

Para a realização destas ações, a ADJ Diabetes Brasil conta com o apoio da Federação Internacional do Diabetes, do Shopping West Plaza, do Metrô e da Associação Brasileira de Artistas Plásticos de Colagem e patrocínio das empresas: Boehringer, Libbs, Lilly, Merck, Novartis, Novo Nordisk, OneTouch da Johnson&Johnson, Roche e Stevita.

Mais informações podem ser acessadas no www.adj.org.br


Sobre o Dia Mundial:

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em resposta ao aumento do interesse em torno do diabetes no mundo. Celebrado em 14 de novembro, é visto como a maior iniciativa mundial em torno do diabetes. A data foi escolhida devido ao nascimento do cientista canadense Frederick Bantin que, em parceria com Charles Best, foi responsável pela descoberta da insulina, em outubro de 1921. Dois anos mais tarde, Banting recebia o Prêmio Nobel de Medicina por esta descoberta e pela aplicação da insulina no tratamento das pessoas com diabetes.

O símbolo do Dia Mundial do Diabetes é um circulo azul que simboliza a união. A IDF buscou um formato simples para facilitar a reprodução e o uso para as pessoas que quisessem dar apoio à campanha. Esta data também é marcada com a iluminação em todo o mundo de monumentos e construções de destaque na mesma cor. O azul representa o céu e é a mesma cor da bandeira das Nações Unidas, que simboliza também a união entre os países. Neste dia, é estimulado o uso de roupas na cor azul, cor símbolo da campanha.


 

 
Sobre a ADJ Diabetes Brasil

Fundada em 10 de março de 1980, a ADJ Diabetes Brasil é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, legalmente registrada no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Seu objetivo é promover educação nesse campo para pessoas com diabetes, familiares, profissionais de saúde e comunidade.

Atende gratuitamente as pessoas com todos os tipos de diabetes, de qualquer faixa etária e classe socioeconômica. Oferece um trabalho integrado realizado por uma equipe multidisciplinar.

Informações à imprensa:
Jornalista: Vanessa Pirolo
Tel.: 11 20637638/ 993872603
Email: vanessapirolo@animapress.com.br

Inscrição para participante livre da 15 CNS será aberta na sexta-feira 13/11/15

Os interessados em participar da 15ª Conferência Nacional de Saúde como participantes livres deverão fazer suas inscrições na sexta-feira, 13 de novembro, por meio deste portal. O formulário não está disponível ainda.

A página será aberta ao meio dia da sexta-feira e fechará após completar 150 inscritos. As inscrições serão pessoais e não por entidades.

Os primeiros 98 a registrar o interesse serão convidados e os restantes irão compor uma lista de espera para preencher vagas em caso de desistência. Eventuais acompanhantes de participantes livres que tenham necessidades especiais devem preencher um formulário especial de inscrição que também estará disponível na sexta-feira (13).

O critério para se cadastrar como convidados e convidadas é que tenham participado de Plenárias Populares Regionais, da 19ª Plenária Nacional de Conselhos e Movimentos Sociais ou de pelo menos uma etapa Municipal, Estadual ou do Distrito Federal.

Ao todo estão disponíveis 98 vagas para os convidados, que terão direito a voz em todos os espaços de discussão da 15ª Conferência, mas não terão direito a voto.

Os participantes com credenciamento livre terão direito à alimentação no local do evento, mas arcarão com quaisquer outros gastos como hospedagem, transporte, translado na cidade.

A 15ª Conferência Nacional de Saúde acontece de 1 a 4 de dezembro, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília.

Fonte: site da 15ª Conferência Nacional de Saúde 



domingo, 8 de novembro de 2015

Insulinas Análogas em debate no Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes

Por Karla Melo 
Coordenadora do departamento de Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Diabetes
 
O diabetes tipo 2 está em franca expansão no mundo, devido à epidemia de obesidade. Cerca de 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 são obesos. Mas o diabetes tipo 1 que corresponde a 5 a 10% do total de pessoas com diabetes, também vem crescendo. Hoje, acredita-se que tenhamos 382 milhões de pessoas com diabetes no mundo e, em 20 anos, deveremos alcançar 592 milhões, um crescimento de 55%. No Brasil já são 14 milhões de pessoas com diabetes. Com estes dados, já pode se dizer que o diabetes é uma epidemia que está se alastrando por todo o planeta. Como controlar, prevenir e tratar o problema, será amplamente debatido durante o XX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, que será realizado de 11 a 13 de novembro, no Centro de Convenções FIERGS, em Porto Alegre. Um dos temas em destaque no Congresso é a discussão sobre a disponibilização de insulinas, pelo SUS, para as pessoas com diabetes tipo 1 do Brasil.


DIABETES TIPO 1

O diabetes tipo 1, mais frequentemente diagnosticado na infância e adolescência, é caracterizado por uma agressão às células que produzem insulinas. No Brasil, as estimativas apontam para 600.000 a 1.200.000 pessoas com este diagnóstico, sendo que aproximadamente 33% são crianças e adolescentes. O tratamento deste tipo de diabetes envolve múltiplas aplicações diárias de insulinas e verificação dos níveis glicêmicos. Os pacientes utilizam uma insulina de ação prolongada para controlar a glicemia entre as refeições e enquanto dormem e insulina de ação rápida, administrada antes das refeições, para cobrir os carboidratos dos alimentos e corrigir glicemias elevadas. O objetivo do tratamento é manter a glicemia adequada, sem comprometer a qualidade de vida e reduzindo o risco de desenvolvimento de complicações que podem levar à cegueira, insuficiência renal, diálise, amputações, infarto do miocárdio, entre outras. Outra consequência do tratamento inadequado é a hipoglicemia (nível baixo de glicose no sangue) e quando acontece enquanto o paciente dorme, pode evoluir para um quadro de hipoglicemia grave, podendo chegar à convulsão, coma e óbito.

Dados publicados sobre o diabetes tipo 1 no Brasil demonstram claramente que estes pacientes possuem controle glicêmico inadequado, ficando expostos às complicações citadas. Também fica evidenciada a heterogeneidade do controle glicêmico e da disponibilização de insulinas entre as classes sociais. Os pacientes de classe social muito baixa possuem controle glicêmico pior quando comparados aos pacientes de classe social alta. É importante lembrar que a ausência de insulinas melhores na lista de medicamentos do SUS provoca um número importante de mandados judiciais, atendendo uma parcela pequena dos pacientes e aumentando, de maneira não planejada, os gastos com o tratamento do diabetes no Brasil. 



Pensando em iniciar a melhora do tratamento com insulinas no Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), Associação Nacional de Assistência aos Diabéticos (ANAD) e a Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (FENAD) elaboraram a petição pública “Insulinas melhores para crianças e adolescentes com diabetes do Brasil” e submeterão à CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias), no início de Dezembro, a solicitação de incorporação da insulina rápida para esta população. 
 
 
 
 
Iniciaremos a melhoria do tratamento com insulinas pelas crianças e adolescentes com diabetes que deveriam ser prioridades em saúde pública e que também podem sofrer consequências mais deletérias das hipoglicemias noturnas e graves. Solicitamos a incorporação de insulina análoga rápida porque há evidências científicas dos seus benefícios sobre o controle glicêmico e redução do risco de hipoglicemias graves e noturnas, comparada à insulina humana regular disponibilizada pelo SUS; possuem custo mais acessível para a aquisição pelo Ministério da Saúde e há três destas insulinas no mercado brasileiro, podendo ser realizado pregão eletrônico, onde vencerá aquela com o custo mais baixo. Esta solicitação de incorporação é uma iniciativa das sociedades e entidades citadas, não possuindo nenhuma participação da indústria farmacêutica e visa trazer benefícios, inicalmente, para a saúde de crianças e adolescentes com diabetes do nosso país. Este será apenas o primeiro passo para melhorar o tratamento, o controle do diabetes e a qualidade de vida de pessoas com diabetes tipo 1 do Brasil. 
 
O simpósio “Dificuldades e soluções no tratamento do DM1 no Brasil” acontecerá no dia 11/11/2015, às 14:30, na Sala 1 Farroupilha e discutirá a situação atual dos pacientes com diabetes tipo 1 e o tratamento disponibilizado pelo SUS, na visão dos especialistas e de gestores de saúde pública. Os palestrantes são especialistas no tratamento de pessoas com DM1, em farmacoeconomia e no processo de incorporação de medicamentos pelo SUS. Esta discussão é muito importante para viabilizarmos melhorias na insulinoterapia em nosso país. 
 
Edvaldo Furtado Apolinário (Associação Sempre Amigos de Indaiatuba/SP, Karla Melo e eu
 
Para assinar a petição pública “Insulinas melhores para crianças e adolescentes com diabetes do Brasil” clique aqui: https://secure.avaaz.org/po/petition/Exmo_Sr_Ministro_da_Saude_do_Brasil_Professor_Doutor_Arthur_Chioro_Disponibilize_insulinas_melhores_para_criancas_e_adol/?nLDoBib 
 
Mais informações sobre o XX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes neste link: http://www.diabetes2015.com.br/programacao/index.php